RELEITURAS SACRAS
Bino Sousa
O artista
não busca a sacralização da imagem, mas encontra elementos no trânsito do fazer
arte para esboçar um ar de serenidade icônica perpetuada pelo aspecto
religioso. O significado que se deposita nessa ideia revela-se como algo, nesse
conjunto de obras, que reelabora a significação do sentimento “sacro”. Nessa
atmosfera, o sentido instituído a cada obra, dessa exposição, concretiza-se em uma
figuração elaborada com o propósito de realizar releitura, além de por o
expectador mediante a uma intertextualidade icônica – Cristo, Virgem, Menino
Jesus, Cordeiro, Sagrado Coração, capaz de promover um sentimento de
religiosidade. Essa imediaticidade complementa-se na devoção dos olhares, mas
não representa um encontro de cunho exotérico, mas sim de uma temática que
mobiliza signos, cuja iconicidade tem o poder de mexer com o lado sagrado do
contemplador.
Esta
exposição traz ainda uma intertextualidade estética, dada pela referência do
artista maneirista (europeu) El Greco. Por outro lado, pensar a produção da
arte na contemporaneidade é também pensar em Bino Sousa, artista plástico em que todas as alusões artísticas e
estéticas estão postas na sua formação como intelectual da arte na condição
humana. Ver e sentir, nesse conjunto de obras, caracteriza mexer com ideias
sublimadas em cores e formas, texturas, luz e sombras e materialidade indelével
na proposta de Bino. Tal produção não se faz somente de conteúdo, mas solicitude
do binômio forma-conteúdo.
Prof. Dr. Alexandre Silva dos Santos
Filho
Professor do
Núcleo de Arte Educação do Campus da UFPA de Marabá
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