quinta-feira, 28 de novembro de 2013

II MOSTRA CIRANDAR DE ARTE CONTEMPORÂNEA - GALERIA DE ARTE VITORIA BARROS






Abertura: Dia 05 de Dezembro de 2013 as 19:00hs




II MOSTRA CIRANDAR DE ARTE CONTEMPORÂNEA
100 ANOS DE MARABÁ



                 Sua missão é sonhar, imaginar, colorir, desenhar, moldar em argila estranhas figuras, empilhar cubos de madeira que, sobrepostos, se transformam em casas, pontes, prédios e castelos. Dispostos em linha reta, curvas, tortas, viram  ferrovias, carruagens, estradas. Quem manda é a imaginação.
                 Esse entrelaçar de tato, visão e imaginação sustentam o olhar. Bastam poucos apetrechos para os sentimentos encontrarem expressão nos objetos manipulados ou nas linhas dos desenhos, rabiscos, papel, papelão, tintas e cores.
                 O mistério povoa a criança com uma força imponderável, superior a todas as realidades sensíveis.

                O mistério seduz, assusta e atrai ao mesmo tempo. Que bom habitar na zona da imaginação infantil tão indevassável quanto impronunciável. Nela, as conexões rompem limites e barreiras, o inconsciente transborda sobre o consciente, o sobrenatural confunde-se com o natural, o divino permeia o humano, e o insólito, como dragões e piratas, bruxas e duendes é de uma concretude que só a cegueira dos adultos é incapaz de enxergar.

                 O auge da felicidade é o fazer espontâneo. Ela sabe que carrega em si um tesouro de percepções que os olhos alheios não podem perscrutar.

                  Recolhida a um canto, debruçada numa tela, mãos sujas de tinta, sorriso que ninguém lhe ensinou a ter, ela deixa fluir os seres virtuais que habitam o seu espírito e com quem estabelece um diálogo íntimo, livre das amarras de tempo e espaço. Tudo flutua dentro dela, apenas a imaginação trabalhando à mercê da vida.

                Qualquer interferência quebra o encanto. Tudo se torna pesadamente aritmético, como uma ave impedida de voar. Privar a criança do mergulho no mistério é amputá-la da infância. É mutilar o seu ser, abortando a criança para apressar, de modo cruel, a irrupção irreversível do adulto.







Ana Maria Martins Barros
Historiadora


                                                                                                                      

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