segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Oficina de Técnica de Grafite pelo artista Bino Sousa

Oficina de Técnica de Pintura da Disciplina Percepção e Linguagem Visual do Prof. Gil Vieira Costa da UNIFESSPA na visita guiada à Exposição Hibridismo de Bino Sousa na Galeria de Arte Vitória Barros







Lançamento de livros do Projeto TOCAIÚNAS

Lançamento de livros do Projeto TOCAIÚNAS ontem à noite na Toca do Manduquinha, momento maravilhoso, Iêda e Ana Maria Martins com os escritores Creusa Salame, Lara Borges, Eliane Soares e Airton Souza, parabéns aos coordenadores.



sábado, 25 de outubro de 2014

E.M.E.F Augusto Bastos Morbach na Galeria de Arte Vitória Barros

E.M.E.F Augusto Bastos Morbach na Galeria de Arte Vitória Barros em visitação a Exposição Hibridismo de Bino Sousa e participação do músico Lucas Cavalcanti no piano e flauta.








Centro Educacional Pingo de Gente na Galeria de Arte Vitória Barros

Centro Educacional Pingo de Gente na Galeria de Arte Vitória Barros em visita à Exposição Hibridismo de Bino Sousa e participação do prof. de música Lucas Cavalcanti no piano e flauta, aproximando as crianças com as diferentes manifestações artísticas. 










sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Exposição Hibridismo


HIBRIDISMO
A mostra HIBRIDISMO de Bino Sousa apresenta dupla ambientação artístico cultural, uma delas trata de genuíno produto da imaginação centrada nos mitos e lendas regionais, a partir de uma nova leitura iconográfica das figuras folclóricas da Matinta Pereira, Mulher de Branco, Pé de Garrafa e a Porca de Bobs, que evocam emoções e sentimentos expressados do sistema nervoso central, mas são fantasmagorias poéticas, medos próprios da infância, oriundos do sobrenatural. E porque não dizer um medo gostoso que instiga o imaginário, dando margem a criação artística.

A outra parte da mostra diz respeito também aos sentimentos humanos, só que de forma tosca, caótica, agonizante, hostil, afinada com a insegurança e, longe de ser lenda urbana, é acima de tudo a expressão máxima de uma realidade aterrorizante e bestial do ser humano, presente nas ruas e tão bem esclarecidas pelos jornais: são manchetes ilustradas com figuras sanguinárias, cenas de barbárie, medo e dor. Com esse material o artista faz colagens e intervenções que constituem sua obra, sua proposta de um debate mais profundo que transcenda a percepção e a reflexão sobre a violência ou estado de “ignorância”.

Nas formas engajadas dessa arte de Bino Sousa está o alerta sobre o limite de uma situação humana degradante, torturante e mórbida, numa época em que todos no fronte do poder propalam sobre saúde, educação e segurança, principalmente agora, neste momento de caça ao voto. E neste momento da história da evolução humana, em que a ciência tem tantas respostas, pergunta-se o que é isso, esse retrocesso para as trevas, em que estamos constantemente nos sentindo caçados por nossos contemporâneos.



                                                   Maria Vitória Martins Barros

                                                                               Galerista e artista visual





A IMINENTE POÉTICA DE BINO SOUSA
Prof. Dr. Alexandre Santos Filho (Alixa)

Mito, linguagem, grafitagem, violência. Forma estética, cultura da diferença, Interculturalidade, o belo e não-belo. São aspectos envolventes na obra de Bino Sousa. Mais que tudo isso, são aspecto políticos que se mostram como sinais da intelectualidade artística em constante inquietação, transformação. Traduz-se nos deslocamentos da estética e da poética, construídos no território amazônico, no sudeste paraense, identidades promíscuas, mistas.
A fronteira que Bino desafia ampliar é tocada por saberes muito tênues entre o poético e o estético, pois transita entre a ilustração e a construção contemporânea de arte e a grafitagem. Aliás, é isso que vale significar hibridismo. Misturas que se estabelecem não na imagem que constrói, mas na sua forma intelectual de abordar a criação artística.
Quer dizer, estabelece um encontro, um diálogo entre os aspectos temáticos que traz como ponto de hibridização e que na sua tessitura provoca e desafia o espectador a transitar como um transeunte no território de muitas identidades e muitas transversalidades. Daí o exotismo, a não unidade global, a busca constante de mostrar o que já foi visto e não pensado como tema na arte. O deslocamento que Bino provoca a desnaturalização da poética, um modo de fazer arte com o mais comum incomunicável, o incomensurável.
Arte pop, neoexpressionismo e a visão poética de Jean Michel Basquiat podem representar um percurso de intensa busca em Bino. Desse sentimento interiorizado, possivelmente nasce um hibridismo poético, calcado em uma situação de acolhimento e rejeição, da agradabilidade visual e do desagradável sentimento que se instala no olhar e no pensamento. Admitamos, o que está por traz dessa operação hibrida de sentido perpassa pelo discurso visual ao não pensado e a muda narrativa, tomados como clichê, sem palavras para operar o imaginário e ao mesmo tempo com as palavras para se referir à estetização do cotidiano.
Ainda poder-se-ia tomar como referência de um expressionismo contemporâneo a arte de Rainer Magold, pelo trânsito dos retratos inconscientes do cotidiano, mas Bino traz em sua poética da imersão o fazer tradicional com pincel e tela, e não só isso a desconstrução da imagem pictórica.
Contudo, é de Roy Lichtenstein que Bino rouba a cena de sua referência. E a sua construção gráfico visual traduz o discurso de sua pesquisa por meio dos clichês e das múltiplas narrativas impregnadas do imaginário próximo da territorialidade cabocla. Tudo isso se misturam nessa poética. Portanto é um processo de hibridização que envolve prática, artefato artístico e o sentimento de pertencimento a uma comunidade.